Em 2014 houve uma seletiva no Brasil que classificou os membros da Seleção Brasileira para disputar a Coup Louis Lesaffre na Argentina. O profissionais que se classificaram na seletiva brasileira e compuam a Seleção foram:
- Eduardo Beltrame:Peça Artistica – Itatiba/SP
- Carlos Cardoso: Pães doces e Salgados – São Paulo/SP
- Amarildo Duarte Eller: Pães do mundo – Rio de Janeiro/RJ
- Tais Pereira: Jovem Padeira – Rio de Janeiro/RJ
Nesta seletiva brasileira o chef Fernando de Oliveira que compunha o corpo de jurados, recebeu o Convite da Lesaffre Brasil para ser o Coach(técnico) da seleção Brasileira que iria disputar o campeonato na Argentina. Em janeiro de 2015 começaram as preparações, tradução de regulamento (que recebemos em francês), o chef se dedicou em estudar o regulamento que era muito complexo e cheio de pães que com os quais não estávamos acostumado.
O regulamento havia todas as regras do campeonato uma delas é que respeitar o peso dos pães, quantidade apresentada, pães indicados no regulamento, pães de livre escolha, pães do seu País e pão de sorteio, a equipe ainda havia que treinar três pães que iria ser sorteado no dia da competição.
Entre os pães com maiores notas e que seriam julgados com mais detalhes eram a Baguete francesa e o Croissant.
Todos os países tinham que escolher um tema que marcou a historia do seus Pais, para fazer a escultura e unir os pães. Devido aos estudos e Chef Fernando de Oliveira resolveu falar da Descoberta do Brasil. DESCOBERTA DE UM BRASIL JÁ HABITADOS PELOS INDIOS e com a escolha deste tema foi possível explorar os sabores indígenas como a Mandioca, Tapioca, Açai, Cupuaçu, Coco, Curcuma e café.
Contamos a nossa historia através dos sabores, da cultura, das cores e de nossas raízes indígenas e isto foi um ponto forte para que pudéssemos ser campeões. A competição aconteceu entre 30 de maio e 4 de junho. Haviam 9 países competindo. Cada pais tinha uma produção montada com todos os equipamentos e a cada dia duas equipes trabalhavam e tinham 8 horas para terminar todos os produtos.
A nossa equipe tinha que fazer 10 pães por categoria e a peça artística. O Coach da equipe Brasileira Fernando de Oliveira investiu no tema indígena e foi desenvolvida junto a equipe os pães com os sabores, segundo o Coach “ este foi nosso diferencial unir a nossa cultura, sabores ao tema proposto, fazendo a união”
O Amarildo Eller, tinha os pães com mais técnicas, sabores e modelagens complicada entre todos os competidores e a cada modelagem que fazia encantava os jurados. No sorteio ficamos com o pão mais difícil da competição o Couronne Bordelaise e foi o único a entregar este pão com perfeição.
O Carlos Cardoso “Carlinhos”, tinha pães doces com café e suspiro, um pão doce feito com uma massa de cupuaçu e outra de açaí e recheado com coco ralado, um dos pães mais elogiados na competição e tinha todos os outros pães do regulamento a serem entregues.
O Eduardo Beltrame, fez uma Escultura de Pão que lembrasse a nossa floresta e os índios defendendo nosso pais, quando os portugueses chegaram. Na pintura da peça artística não podia usar corantes artificiais e utilizamos pinturas usadas pelos índios para pintar a peça, como a cúrcuma, farinha de beterraba, farinha de espinafre e cenoura o que encantou os jurados pelas cores e criatividade.
A nossa Jovem padeira Tais Pereira, fez um ótimo trabalho, conquistou o paladar das crianças com pães com formato de cachorrinho, elefante e conquistou o segundo lugar na categoria em que estava disputando.
Enfrentamos todas as dificuldades, desde a hostilidades dos nossos anfitriões, boicote pois alguns equipamentos simplesmente sumiram da nossa área de trabalho. Não haviam tradutores para nos ajudar com os jurados que eram franceses e coreanos. Sem contar com o favoritismo de Seleções como a Costa Rica, México e Canadá. Fomos para fazer o nosso melhor e conquistamos os jurados com nossos sabores. A cada pão cortado era uma surpresa de aromas e sabores.
O Brasil entregou todos os trabalhos no tempo certo, o que fez toda a diferença na pontuação final, outros pontos foram higiene, trabalho em equipe e criatividade, fez com que o brasil consagrasse campeão.
Com esta vitória conquistamos pela primeira vez a oportunidade de disputar o campeonato mundial de panificação em fevereiro de 2016 em Paris na Europain uma das maiores feiras do setor.
O sonho do Chef Fernando de Oliveira, vinhedense de 34 anos sempre foi de participar de um campeonato mundial de panificação, hoje ele é considerado um dos vinte melhores chefs do mundo quando falamos em panificação e pode ver o seu sonho ser realizado através da Seleção brasileira que treinou para o Campeonato na Argentina.
Seleção Brasileira de Panificação rumo a 2016 no França.